quarta-feira, 28 de novembro de 2012

O Graal


Quase quatro anos depois de um grupo informal ter iniciado o ciclo "Na Demanda do Graal", que decorreu durante vários Equinócios e Solstícios em nove locais de Portugal, desvendamos um pouco o seu carácter.

Texto e fotografia Dina Cristo 

O Graal é, segundo a Tradição, a taça que Jesus Cristo usou na noite da Ceia e onde foram recolhidas, após a sua crucificação, algumas gotas de sangue, por José de Arimateia, que a deixou ao seu filho. A taça representa o princípio feminino, que acolhe e protege o sangue - vermelho, cor de Marte - a mais preciosa das quintas essencias.



A taça simboliza a matéria, o corpo, a receptividade, que consegue atrair e fixar o Espírito, depois de purificada. «Há uma coisa que o Graal e as suas virtudes não poderão tolerar nunca em ti: o descomedimento dos desejos», afirmava Wolfram von Eschenbach. Depois de transcender a dimensão passional, reaparece espiritualmente, como a fénix renascida das cinzas.



O Graal contém dois mitemas: a procura da iniciação espiritual, do conhecimento iniciático, e o regresso do Rei Artur, a restauração de uma Idade de Ouro, Era do Espírito Santo - o regresso de um reino onde volta a existir a harmonia entre os seres (humanos) e a Comunicação entre a Humanidade e a Divindade.



Numa outra versão, o Graal é a taça talhada de uma esmeralda - a pedra preciosa, lapsit exilis, qual pedra filosofal, verde, cor de Vénus - caída da fronte de Lúcifer, quando este se precipitou sobre o abismo, após a revolta contra o Divino. O receptáculo das comunicações celestes corresponde ao sexto raio e ao número 235.



O santo Graal simboliza, assim, a união dos dois princípios, o feminino, o corpo, a mãe, a terra, que recebe e acolhe o princípio masculino, o espírito, o pai, o céu. Segundo a Tradição, Portugal, qual Porto do Graal, desempenha uma missão na procura e no retorno da Taça da Abundância e Alegria, Fonte de Vida e de Luz cujo rasto se perdeu.

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