quarta-feira, 10 de junho de 2009

Porto Graal


No Dia de Portugal lembramos um discurso proferido há 15 anos, por José Manuel Anacleto, sobre o papel da nação portuguesa no mundo actual.

Texto Dina Cristo

Portugal está a assumir a sua vocação universalista e uma missão esotérica em três grandes frentes: o anúncio de uma nova manifestação messiânica de Cristo (Maitreya), a contribuição para o retorno e transporte do Santo Graal e a produção e difusão de uma obra literária de Sabedoria Eterna. Tal inclui-se numa tradição de carácter nacional (Descobrimentos) e internacional (Sociedade Teosófica) e desenrola-se num período de mudança, cheio de perigos mas também de oportunidades para impulsionar uma Nova Era e uma Nova Terra.
A alma portuguesa, antiga, está pronta a fundir-se na unidade essencial de todas as nacionais: «Portugal é já uma velha nação, o que significa que percorreu um caminho relativamente longo, realizou muitas experiências, maturou-se interiormente e pôde dar expressão formal à sua própria alma. Daí que possa consumar-se num todo maior, abrindo-se à comunhão com a alma das outras nações e sendo mesmo pioneiro no apontar do caminho que deve ser percorrido para o surgimento da Terra Una»

[1] proferiu José Manuel Anacleto, na Sociedade de Geografia em Lisboa, aquando de uma conferência sobre a missão esotérica de Portugal, depois publicada em livro.
«Aqueles que verdadeiramente souberam viver a sua identidade nacional, até atingirem a alma própria do seu país, são também os pioneiros que, necessariamente, encontraram a identificação característica das almas – neste caso das almas nacionais – num todo maior e omniabarcante»
[2], disse. Quanto mais evoluídas, experientes e conhecidas maior a tendência das almas, que unificam a diversidade, para a fusão, integração e comunicação. Daí a inclinação da alma portuguesa para a universalidade, manifestada numa primeira fase através dos Descobrimentos, com o conhecimento e relacionamento de povos, até então separados.
Tripla missão

Hoje, há uma responsabilidade assumida, numa nova volta da espiral, de destruição das estruturas do mundo velho e de precipitação dos arquétipos do mundo novo. A par dos perigos de anti-valores, como o separatismo ou tirania, existem circunstâncias favoráveis para o surgimento de novos valores, como a dignidade ou a solidariedade. São condições propiciadas pela iniciação de novos ciclos. No caso astrológico, o encetar de uma nova era, de Aquário, que terá um novo impulso, ensinamento e Instrutor, tal como as anteriores: Mithra em Touro, Hermes em Carneiro, e Jesus Cristo em Peixes. No caso de raio, será o sétimo - da Ordem, Ritmo, Cerimonial, Magia e Libertação, depois do sexto - devocional, do qual adveio a luta por um ideal (nacionalista, individualista e/ou religioso).
É neste contexto de “ventos de mudança”, como lhe chama o autor, que Portugal está a assumir as suas responsabilidades, ao nível de informação e comunicação. De portugueses e de Portugal tem saído o trabalho de precipitar os arquétipos de planos superiores e o anúncio da nova manifestação crística do Senhor Maitreya - o Encoberto, na tradição portuguesa.
Um Mestre Universal, que tem actuado ao nível mental e emocional (embora possa ser sensorialmente apreensível), potenciando um processo de limpeza e purificação vibratória (caso das auroras boreais) e uma influência inspirativa directa sobre discípulos. Trata-se, nesta dispensação, de um avatar grupal - grupos de seres humanos empenhados na justiça, no conhecimento e na dignidade. As aproximações ecuménicas, a harmonização de vastas áreas, a consciência planetária e as preocupações ecológicas são alguns dos resultados visíveis.
A contribuição para o retorno (a descida da Taça da Abundância e da Alegria, ultimamente confiada à respectiva Ordem) e transporte do Santo Graal para os planos mais objectivos, com destino à América do Sul (principal palco da nova manifestação messiânica) é outro dos trabalhos em curso. O Graal - Fonte e Receptáculo de Vida e de Luz, símbolo de união entre o Céu e a Terra e de todas as partes do mundo, da Tradição Oriental e Ocidental - recebe a inspiração crística e derrama-a na Terra.

Universalidade

Em Portugal (o “umbigo do mundo” segundo Alfredo Sfeir Younis) tem sido produzida e difundida uma obra literária de carácter esotérico, com mais de trinta livros, várias edições e traduções, continuando e completado o trabalho iniciado a nível internacional desde o final do século XIX, primeiro por Helena Blavatsky, na senda do primeiro raio, depois com Alice Bailey, no âmbito do terceiro raio, de tornar mais acessível a Sabedoria Eterna. A mesma que é recuperada pelo Centro Lusitano de Unificação Cultural (CLUC), numa envolvente de terceiro raio - de Inteligência Activa, de Exteriorização do Amor, de manifestação do Espírito Santo, tão tradicional em Portugal - o mesmo da alma portuguesa que lhe dá adaptabilidade, universalidade e saudade da origem (divina).
O projecto editorial visa tornar disponível os princípios e as fontes do Conhecimento Esotérico para que sejam cada vez mais e melhores os que se dediquem ao estudo e serviço da expansão do conhecimento e da realização de algo útil para a Humanidade, de forma a que esta possa assumir a sua divindade íntima e materializar o céu na terra. José Manuel Anacleto destaca as edições das “Novas escrituras”, o Ritual do plenilúnio de Junho, e a aplicação da sabedoria antiga às mais diversas áreas, nomeadamente a arte e a ciência, com propostas de soluções - caso de um sistema político que permita a harmonização da liberdade individual (capitalismo) com a promoção do bem comum (comunismo).

Rede de Luz planetária

Com esforço e trabalho, é possível hoje aproveitar as condições favoráveis, melhorar, divulgar as fontes e compartilhar a luz. Detemos a oportunidade de vivenciar a fraternidade universal, de uma Nova Era de unificação e de síntese, que elimine as barreiras e os muros que antes nos separavam e construir uma Nova Terra, uma Nova Luz e Idade de Ouro, de serviço organizado, trabalho grupal e libertação (da escravatura material), de religião universal e cultura global (síntese e essência) numa expansão à escala planetária.
O trabalho de carácter esotérico, mas de manifestação exterior, em prol do surgimento de uma consciência superior, de alma, de reconquista da universalidade – atingir uma consciência de unidade essencial de todas as almas – corresponde nada mais do que à evolução, ou seja, o retorno à divindade.
A descida de um Messias, para elevar os humanos, pode ser reconhecida pela sua vibração única de amor e poder e pela manifestação do avatar grupal. Para a formação dessa Rede de Luz Planetária estão convidados os trabalhadores pela causa do Bem Comum, da Solidariedade e da Iluminação. Só assim, será possível fazer surgir a Terra prometida, da Abundância, do Saber, do Amor e da Liberdade e um Ser Humano Universal.

[1] A MISSÃO DE PORTUGAL – A missão de Portugal – O advento do Homem Universal, CLUC, 1994, pág.85. [2] PÉROLAS DA LUZ, - Pérolas de luz, vol. III, CUC, pág.118-119.

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