quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Saúde à mesa

Na véspera do Dia Mundial da Alimentação (DMA) recorrermos a uma autoridade para saber como retirar dos alimentos uma óptima nutrição.

Texto Dina Cristo

Entre o grupo dos nutrientes estão os macro - essenciais (e) em grandes quantidades diárias, como as proteínas, os hidratos de carbono e as gorduras - e os micro-nutrientes - necessários em menores quantidades, como as vitaminas e os sais minerais.
Entre os macro-nutrientes, as proteínas constituem o material básico de todas as células, são como blocos de construção do corpo - conjunto de núcelos altamente organizado, composto por 66% de água, 96% de carbono, hidrogénio, oxigénio e azoto e 4% de minerais – que se renova a cada sete anos e tem uma enorme capacidade de resistência. Há 25 aminoácidos: oito são básicos, aqueles a partir dos quais se formam os restantes 17.
Os hidratos de carbono são o principal combustível do corpo humano. Existem os de libertação rápida – que elevam depressa os níveis de açúcar no sangue e alimentam micro-organismos indesejáveis - e os de libertação lenta – uma "gasolina" menos poluente.
Quanto às gorduras, há as saturadas (mais negativas), as mono-instauradas (neutras) e as polinsaturadas (mais positivas). As essenciais, como a Ómega três permite o fabrico do ácido alfa-linolénico e Ómega seis o ácido linoleico, que por sua vez produz o ácido gama linolénico, dando origem ao ácido di-homogama-linolénico que cria, então, as prostaglandinas.
Entre os micro-nutrientes, as vitaminas auxiliam a transformação dos alimentos em energia. Outras são antioxidantes (semi) essenciais. A vitamina C, por exemplo, além de evitar a oxidação, é antiviral, antibacteriana e anticancerígena.
Os sais minerais ajudam a adormecer. Há macro-minerais – necessários em grandes quantidades, como o cálcio (que mantém o equilíbrio entre o ácido e o alcalino), o magnésio, o sódio, o fósforo, o potássio - e os micro-minerais – como o ferro, manganésio, cobre, crómio ou selénio.
Anti-nutrientes


As toxinas são oxidantes, radicais livres que ao acumularem-se provocam uma lesão e dores. Quando o oxigénio, que liberta a energia dos alimentos, oxida as moléculas vizinhas, torna-se num equivalente orgânico aos resíduos nucleares. São produzidos durante uma infecção (quer pelos parasitas, bactérias, fungos, vírus quer pelo sistema imunitário) causando danos ao ADN das células. Pode ajudar-se a eliminá-los através da massagem linfática. São exemplos de toxinas o chumbo na gasolina, os aditivos alimentares, os poluentes na água ou os fritos.
Os antibióticos eliminam todas as bactérias do corpo, as más e as boas, como é o caso das intestinais saudáveis, abrindo caminho à multiplicação das prejudiciais. Além disso, há os supermicróbios – os agentes infecciosos que lhes são resistentes.
O stress pode ser físico, emocional (raiva, preocupações, medos ocultos), que causa artrite, ou mental: começa na mente – eleva o nível de açúcar no sangue, o que leva o organismo a libertar maior quantidade de hormonas (como a insulina – que ajuda a transportar a glucose do sangue para as células) para o controlar, quando não é necessário; trata-se de substâncias bioquímicas que estão no sangue, produzidas por determinadas glândulas, que dão instruções às células.
O stress é um estimulante que coloca as células em estado de tensão, consumindo os nutrientes (como o magnésio, o zinco) e a energia. Tornamo-nos como um automóvel em velocidade excessiva gastando os seus componentes. Isso leva à infertilidade, à depressão, ao isolamento social, à indigestão – processamento inadequado da matéria orgânica, devido à falta ou excesso de ácido no estômago, o que provoca gases; acontece no Síndroma Geral de Adaptação. A prazo, conduz ao esgotamento da glândula supra-renal DHEA.
O açúcar leva à perda de energia e ao stress. É importante ter níveis de glucose em circulação no sangue equilibrados; a sua diminuição causa fadiga mental, irritação, agressividade, depressão e dores de cabeça.
Conselhos
Tendo em conta que, no conceito de Patrick Holford, a saúde corresponde a um rendimento físico, um equilíbrio emocional e uma vivacidade intelectual (e a duração da vida depende da herança genética e das circunstâncias, tais como a exposição a vírus) os conselhos (alimentares) são os seguintes: preferir alimentos biológicos, locais, da estação, frescos, crus ou pouco cozinhado, variados, protegidos da luz e do ar; só comer quando se tiver fome e o que necessitamos; beber dois litros de água por dia; tomar o pequeno-almoço cerca de uma hora depois de acordar e duas horas, pelo menos, antes do deitar; diluir água nos sumos; adoçar os cereais com fruta e usar neles sementes moídas; manter-se activo, fazer ginástica aeróbica e relaxar os músculos, evitar o tráfego, a luz solar forte e preferir salteados a fritos, embalagens de vidro a plástico.
Ficam ainda outros conselhos como a necessidade de ter as hormonas de estrogénio (estimula a libertação do osso velho e diminui na menopausa) e progesterona (estimula as células que constroem os ossos novos; é fabricada no saco que contém o óvulo e desaparece na menopausa) em equilíbrio. O predomínio de estrogénio bem como a substituição hormonal aumentam o risco de cancro da mama.
Entre as muitas informações de que o livro está repleto, encontra-se a imunidade. Esta é dada por células no sangue, as B, T e os macrófagos, que impedem os vírus de entrar nas células. É estimulada pelo exercício físico calmante, meditação, alimentação e danificado pelo stress, depressão/luto e excesso de proteínas (que causa acidez). É apropriado para o seu fortalecimento sumo de melancia, sopa de cenoura, grande salada, chá de unha de gato, o zinco, a vitamina C e E.
O autor aconselha a comer fruta fresca: maçã, pêra, limão, melancia, melão, cereja, papaia, ameixa, ananás, morangos, amoras, uvas, manga, toranja, kiwi, laranja, alperce. Legumes, hortaliças e tubérculos: ervilhas, espinafres, feijão verde, pimentos, agrião, cenoura, batata-doce, brócolos, couve-de-bruxelas, aipo, couve-galega, repolhos, couve-flor, espinafre, pepino, cebola, alho, rábano, couve rábano, rabanetes, nabos, cebolinho, alho francês. Óleos: de sésamo, girassol, abóbora, linhaça, amêndoas, nozes, milho, onagra, avelã, caju, margosa, cártamo, gérmen de trigo, borragem, cânhamo e soja. Peixes: cavala, arenque, salmão e atum. Soja, tofu, ovos, algas, quinoa, iogurte, miso, rebentos, bagas de roseira brava, extracto de caroço de toranja e a especiaria açafrão da Índia.

[1] Ed. Presença. 2004.

Etiquetas: , ,