quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Chama Olímpica

Originalmente, as Olimpíadas, reservados a peloponesos, tinham um culto místico e duravam um dia. Relembramos a sua evolução a partir de “A fabulosa história dos Jogos Olímpicos

Texto e desenho Dina Cristo

Os Jogos Olímpicos decorriam, de quatro em quatro anos, na Lua Cheia depois do Solstício de Verão, num estádio, interdito às mulheres (a prova era realizada com os atletas nus) ao lado de um Santuário, Olímpia, onde se celebrava o culto de Zeus. Teoros Eleus percorriam o mundo a anunciar a proximidade dos jogos que desfrutavam de uma aura sagrada e um ambiente de profunda religiosidade. O objectivo da celebração era a prosperidade e a paz e mesmo em tempo de guerra se faziam tréguas.
O vencedor tornava-se um herói, tinha direito a uma estátua no Templo de Zeus, e direitos e obrigações muito além do comum. O facto de vencer tornava-o mais perto dos deuses e perene, menos mortal. O primeiro vencedor conhecido foi Corebo em 776 a.C.
Os primeiros jogos de que há memória realizaram-se em 884 antes de Cristo. Até à dominação romana, que retirou a sua essência religiosa, foram-se acrescentando muitas provas desportivas, como corridas, e alargando o tempo do evento e os participantes aos restantes estados gregos.
Depois de quinze séculos adormecidos, as Olimpíadas renascem na Era Moderna, na Grécia, pela mão de Pierre de Fredy, barão francês de Coubertin, (1863-1937). No dia 6 de Abril de 1896 eram 285 atletas, 196 dos quais gregos, numa reunião de 14 nações. Sessenta mil espectadores encheram o Estádio (reconstruído) de Péricles, em Atenas. O vencedor, camponês e guardador de rebanhos, havia-se preparado com orações e jejum.
Estavam restaurados os jogos e o culto de uma confraternização universal. O desporto era visto como um elo de ligação entre os homens e uma reacção aos desentendimentos nacionais. Vencer era secundário.

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