quarta-feira, 28 de maio de 2008

Ver rádio

Nas vésperas de mais um aniversário de “A menina da rádio”, olhamos para a imagem da telefonia neste filme.

Texto Luís Manuel Martins

O filme “A menina da rádio”[1], um dos clássicos do cinema português, foi realizado em 1944, por Arthur Duarte, sob a chancela da Companhia Portuguesa de Filmes. Esta produção cinematográfica trouxe pela primeira vez a rádio para o grande ecrã, consagrando-a como um meio de comunicação cada vez mais importante. A Emissora Nacional (EN), estação pública de radiodifusão, havia nascido em 1 de Agosto de 1935 e começava agora a criar um público cada vez mais fiel, que ouvia com agrado as emissões. A envolvência e a familiaridade que os locutores despertavam junto dos rádio-ouvintes eram tão grandes que, por vezes, havia quem se deparasse a criar imagens mentais da fisionomia das grandes vedetas que falavam “ao microfone”. A “Menina da rádio” vem desfazer os equívocos e as imagens estereotipadas que os portugueses haviam criado sobre o novo meio radiofónico.
Os anos 40 constituíram o maior período de expansão da rádio em Portugal. Os seus receptores ocuparam um verdadeiro lugar de honra nos lares dos portugueses, servindo de companhia e de fonte de entretenimento. A rádio tornou-se um elemento aglutinador para as famílias, que passaram a estar mais vezes reunidas a escutar as suas estações preferidas. Foi também na década de 40 que os comerciantes atraídos pela potencialidade que a rádio tinha para oferecer, a nível da publicidade, começaram a anunciar os seus produtos.
Os conteúdos radiofónicos eram muito variados e incluíam espaços de informação de carácter geral, noticiários, programas políticos e música. A programação musical ocupava um lugar de grande destaque. O filme “A menina da rádio” dá a conhecer o advento das grandes orquestras radiofónicas, que actuavam nos estúdios das emissoras, em directo e ao vivo. Os anos 50 viriam a dar lugar ao espectáculo radiofónico, realizado por gente do teatro, do cinema e das artes em geral, onde se destacavam jornalistas habituados a escrever peças para o teatro de revista, argumentos de cinema e textos publicitários para os jornais e para a rádio.
“O chefe de casa, que geralmente está ausente, passando o tempo por locais nem todos recomendáveis, descuidando o lar monótono, atraído pelo ruído e pelo movimento que encontra fora dele, começa a fazer nova vida. Quando não põe o aparelho a funcionar enquanto janta, fá-lo depois, deixando-se ficar em casa”, referiam Fausto Gonçalves e Pereira Machado em 1939. “A menina da rádio” mostrou ao país um fragmento real das actividades radiofónicas, preconizadas por conhecidíssimos colaboradores da Emissora Nacional, estação que surge no filme com o nome fictício de Rádio Lisboa. Assim, Jorge Alves, distinto locutor da EN, dá-se a conhecer ao grande público, agora não só pela sua voz firme e colocada, como também pela sua estatura alta e elegante.
No sentido da representatividade do locutor, enquanto profissão equiparada ao jornalismo, Isabel Travancas escreveu no seu artigo “O Jornalista Como Personagem de Cinema” que “a indústria cultural e particularmente o cinema são um campo privilegiado de produções simbólicas e mitos modernos”, considerando que a chamada sétima arte tem “lugar de destaque na modernidade”. A autora defende que “a linguagem cinematográfica transmitiu o impacto das transformações sofridas neste século [Século XX]” e refere que “o cinema com o seu enorme poder de penetração nos mais diversos grupos sociais ajudou a construir mitos, a divulgar saberes novos, como a psicanálise e a popularizar actividades e profissionais, como foi o caso da imprensa e dos jornalistas”.
Isabel Travancas deixa no ar uma interessante afirmação, seguida de uma pergunta: “É possível afirmar que o cinema colaborou com a construção de uma imagem, ou melhor, de algumas imagens do jornalista; representações que certamente influenciaram na escolha profissional de futuros repórteres. Quantas carreiras jornalísticas não devem ter nascido no «escurinho» de uma sala de cinema?”
“A menina da rádio” permite entender esta reflexão de Isabel Travancas no seu sentido mais lato, uma vez que foi muito bem aceite pelo grande público, não tanto pela crítica. Podemos mesmo falar de um fenómeno mediático, nunca antes visto em Portugal, que se prendeu com o facto de, na fase de pré-produção do filme, não se ter encontrado rapidamente uma protagonista para o papel principal. Depois de uma longa espera, alimentada por rasgos de algum sensacionalismo da imprensa da época, a escolha acabou por recair sobre Maria Eugénia, uma jovem talento, com apenas 16 anos de idade. Este foi um factor que acabou por pesar no retumbante sucesso de bilheteira, proporcionado por um público ávido de contactar com algumas das suas maiores estrelas do teatro e da rádio.
Imagem ou realidade?
Uma análise de imagem mais pormenorizada de certas cenas isoladas deixa igualmente uma dúvida. Será que o filme pode ser considerado um documentário? Manuela Penafria, no seu artigo “O documentarismo no cinema”, considera que a base de um filme documentário é “o registo in loco dos acontecimentos do mundo e da vida das pessoas”. Neste sentido, este filme adquire em certas cenas um certo pendor documentarista, que favorece a percepção da imagem, devido à contextualização, que apresenta, a nível do texto narrativo.
Michel Tardy considera que “a pedagogia das mensagens visuais não pode deixar de ser, primeiro, uma reflexão sobre a verdadeira natureza da imagem e sobre as suas coordenadas ontológicas. Discute-se interminavelmente sobre os seus conteúdos e a sua beleza eventual; mas o essencial que é examinar o seu próprio ser, fica esquecido. Ora, a imagem não coincide com a realidade que ela representa. A sua transparência não passa de uma opacidade camuflada: ela tem a inocência dos hipócritas. Entre o elemento indutor, a realidade, e o elemento induzido, a imagem, interpõe-se toda uma série de mediações que fazem com que a imagem não seja restituição, mas reconstrução da realidade”.
O autor, na sua obra “O professor e as imagens”, afirma que estas não constituem um mundo paralelo, mas um segundo mundo, com suas características próprias e suas leis específicas. A imagem é sempre alteração, voluntária ou involuntária, da realidade. A alteração voluntária não é, aliás, a mais significativa, porque resulta numa falsificação e remete para a suposição implícita de que se trata apenas de uma questão de honestidade; restaurada esta, o problema desapareceria. Ora, faça-se o que se fizer, a imagem sempre coloca em jogo processos de derivação; ela é, por natureza, e não de modo contigente, deformante”.
O filme, apesar do seu carácter eminentemente cómico de situação, proporcionado por actores emblemáticos como António Silva, Maria Matos e Ribeirinho, adquire em certos momentos a visão aproximada de um documentário. Isto porque demonstra a preocupação de veicular uma imagem positiva do potencial que a rádio tem para oferecer. É este, sem dúvida, o vector da narrativa, omnipresente ao longo de todo o filme. Igrejas Caeiro considera mesmo que a película “consegue retratar” a imagem das grandes estações de rádio nacionais, tal como a Emissora Nacional, em contraste com as pequenas rádios de bairro, das quais fazia parte o projecto de Cipriano Lopes (António Silva), com a criação do Rádio Clube da Estrela.
Segundo o antigo locutor da Emissora Nacional, «Havia exactamente várias rádios. As rádios formais, mais completas, e outras pequeninas. É esse trabalho que aparece no filme. É a rádio da rua, do sítio. Havia várias, não só em Lisboa, mas também no Porto. Havia rádiozinhas dessas. Rádios pequenas. Antes ia tudo à censura. Não passava nada. E coisas com que nós ríamos, porque não tinham pés, nem cabeça. Bem... Aí havia uma possibilidade de comunicar de outra maneira. Aquilo era uma piada, era uma graça. E há certas graças que convinham ao movimento de então. Há coisas que lhes davam jeito. Parecendo que estavam a dizer, agradava-lhes que isso fosse dito. De uma maneira geral, esse tipo de filmes não tinham assim grande forma de... [ser censurados]. Eram aceites”.
Em comentário no DVD, Igrejas Caeiro declara: “Aquilo era muito fácil para as pessoas, era muito agradável e deixavam que as coisas passassem. Foi muito interessante. As pessoas gostaram de ver. Porque já havia aí o interesse pelos artistas. Aqueles de que se gostava mais. E vê-las num filme assim foi agradável. Agora, a propósito dos filmes portugueses, embora muito bons do ponto de vista fácil, de agradável, de comunicante, os críticos davam cabo desses filmes. [Diziam que] aquilo não era cinema, que não era isto, que não era aquilo... Agora, passados tempos, passam-se esses filmes e toda a gente fica... Mas que cinema extraordinário que havia nessa altura!”.
“Alô, alô! Confeitaria Bijou da Estrela. Especialidade em doce de ginja, merengues, pudins e compotas. É aqui que se fabricam as afamadas broas de noz e os célebres rebuçados para a voz (tussindo). Serviços para casamentos e baptizados. Copos de água aos domicílios”. Assim começa Ribeirinho, empregado da Confeitaria do Sr. Lopes, a “ladainha” publicitária, que ganhava agora notoriedade no espaço radiofónico e induzia no público-alvo o desejo de comprar os mais variados produtos.
Neste aspecto, o filme é absolutamente fantástico. Ele retrata fielmente, a necessidade sentida pelo Sr. Lopes de mobilizar a vontade de um grupo de notáveis comerciantes do Bairro da Estrela, em Lisboa, para o seu novo e visionário projecto radiofónico, onde todos haviam de lucrar, uma vez conseguido o retorno dos investimentos em publicidade. Rosa Gonçalves (Maria Matos) encabeçava o rol de incrédulos e eternos rivais de Cipriano Lopes. Ela era na verdade uma personagem detestável, que Cipriano acusava de “querer calar a boca ao progresso”.
Na verdade, António Silva, quer no cinema, quer na sua vida do quotidiano, era um grande entusiasta da rádio. Uma das suas grandes preocupações era a necessidade desta constituir um meio de formação eficaz para as pessoas. O rádio-receptor, a torneira que, segundo ele, se abria e “jorrava música”, devia informar, mas também formar. Já agora porque não... divertir? Sem rodeios, preconizava que os que não tivessem aproximação às emissões se tornariam verdadeiros “analfarádios”.
A fita teve um grande sucesso na sua estreia, contudo a imagem que os críticos de cinema retiveram foi a de um filme insípido, demasiado fácil de ver. Ora, por vezes, o segredo do sucesso está na simplicidade. Dava-se ao público o que ele gostava, atendendo obviamente às especificidades e exigências das comissões de censura, que não perdoavam o mínimo deslize aos propósitos originais de “Servir a Pátria”, exigidos aos realizadores de cinema portugueses. Tudo tinha de ser feito “A Bem de Portugal” - a velha máxima do Estado Novo. Face à necessidade de captar um vasto auditório de ouvintes para a Emissora Nacional, ter-se-á servido o Estado deste filme, como estratégia de propaganda? É uma pergunta que fica no ar, com pertinência, creio.
Imagem ou imaginação
O sentimento de pertença e a familiaridade dos ouvintes com as emissões era muito grande, na década de 40. Há uma passagem maravilhosa ao nível da compreensão deste fenómeno, que é aquela em que Maria Eugénia se encontra a ouvir rádio com a mãe, escutando Fernando Verdial (Fernando Ribeiro) a cantar na Rádio Lisboa. Nesta cena, a menina da rádio, embebida pela envolvência do som, imagina-o como um televisor. A suspirar, afirma que a imagem mental que tinha daquele cantor da moda “parece um sonho”. A mãe (Maria Olguim), logo de seguida, retorquiu dizendo: “parece mas é bruxedo. Some-te!” [Benzendo-se]. Por aqui é fácil observar que certas pessoas ainda não estavam habituadas nem aos novos avanços tecnológicos, nem à nova forma de fazer rádio, já longe das primeiras experiências radiofónicas amadoras portuguesas dos princípios do século XX.
A filosofia de trabalho, baseada na persistência e na auto-formação, era praticamente a mesma. No entanto, investia-se crescentemente em bases mais sólidas de formação técnica e tecnológica dos colaboradores do meio radiofónico. Afinal eram estes que permitiam a transmissão de uma mensagem perceptiva e cultural, tal qual o modelo preconizado por Roland Barthes. A rádio povoava o imaginário colectivo. A própria palavra “imaginário” está relacionada com as imagens mentais que se criam por indução. A manipulação da realidade, ou a manutenção dos seus pressupostos, vai levar a que se gerem, ou não, imagens mentais fidedignas ou adulteradas do seu sentido original.
Para Martine Joly, o binómio Imagem/imaginário gera relações de complementaridade entre imagens e palavras, que reside no facto de “elas se alimentarem umas às outras”. Segundo a autora, “não existe qualquer necessidade de uma co-presença da imagem e do texto para que este fenómeno se verifique”, já que “as imagens engendram palavras que engendram imagens, num movimento sem fim”. Esta visão de Martine Joly está bem patente no filme “A menina da rádio”, já que o seu visionamento remete sempre para uma relação analógica e multiforme, de reconhecimento da realidade representada.
Voz e palavras
Manuela Penafria presta igualmente um contributo valioso para a compreensão deste filme, através do seu artigo “Ouvir imagens e ver sons”, apresentado nos VII Encontros de Cinema Música(s), realizado em Dezembro de 2003, no Cine Clube de Faro. A autora considera, antes de mais, que “a teoria cinematográfica tem estado algo arredada em estudar o som como elemento expressivo e fundamental dos filmes”.
A autora refere que o som pode ser de diferentes tipos, citando o de ambiente, os diálogos, a música, a locução (voz off) e os ruídos. Assim, falar de som em cinema implica “afastarmo-nos de um discurso que considera que o mesmo se dirige ao ouvido (assim como considerarmos apenas que a imagem se dirige ao olho)”. Imagem e som exercem assim uma acção complementar que favorece, ou não, a criação de ideias, crenças e valores, acerca da realidade que está a ser representada por via da transposição para o cinema.
Manuela Penafria menciona ainda no seu artigo que “com a introdução do som directo foi possível dizer-se que havia uma relação directa e linear entre a realidade e a sua representação. Entrevistas de rua e som ambiente enquanto parte integrante da realidade foram incluídas nos filmes. Mas, como sabemos, esse projecto de representação fiel da realidade foi mais um projecto de entusiasmo que efectivo”. Ainda segundo a autora, “quando a matéria da representação são imagens, estamos afastados do objecto representado, em especial, por questões estéticas (escolha de ângulos, enquadramentos, etc.), o que não permite essa relação linear com a realidade.
Através desta primeira abordagem, facilmente se perceberá a sua aplicação ao caso d’ “A menina da rádio”. Na verdade, em muitas cenas do filme são precisamente os momentos sonoros, que permitem que a sua visualização se torne inteligível, favorecendo a criação de uma imagem uniforme do meio radiofónico retratado. A imagem perceptiva que se tira de um filme fica muito a dever ao som, mais do que à imagem, em certas situações.
Arlindo Machado, no artigo “O fonógrafo visual”, afirma que há uma terminologia bastante desenvolvida na área da imagem, a nível, por exemplo, da profundidade de campo e enquadramentos, enquanto que para o som não se passa o mesmo. O autor considera ainda que quase sempre as discussões sobre o cinema partem do princípio que este é apenas um fenómeno visual, deixando de parte a componente sonora que, ou não é referida, ou é tratada marginalmente.
Importa citar as palavras reveladoras do realizador Pedro Sena Nunes, incluídas na sua retrospectiva, numa Edição do V Festival Nacional de Vídeo de Ovar: “Eu não consigo imaginar ou suportar um documentário em que não se sinta a escuta. Se quem fica do outro lado não está a ouvir, o objecto já não é um documentário. Se há definição possível de documentário será porventura essa: saber ouvir. E não é ouvir para registar. É saber que, para registares um bocadinho, muita coisa tem de ser ouvida”.
A nível de som e de escuta, não nos podemos alhear da grande popularidade das várias canções lançadas no filme “A menina da rádio” como, por exemplo, a canção “Sonho de amor”, da autoria de Silva Tavares. A música povoou assim o imaginário dos ouvintes e espectadores de cinema, muito para além do momento em que contactaram com o grande ecrã, o que contribui para a compreensão do fenómeno de proximidade que o filme “A Menina da Rádio” desencadeou.
Conceito
“Uma representação da realidade (física, como uma fotografia, ou imaginária, como uma música). Elemento essencial da comunicação de massa, desde que a fotografia entrou na imprensa e sobretudo desde que a televisão a aliou ao som e ao movimento. Sendo polissémica (passível de ter vários significados) necessita do texto (escrito ou verbal) para esclarecer o seu sentido. Mantém uma relação analógica com a realidade e, como sublinharam os semiólogos, tem duas leituras, uma denotada (o que representa de facto) e outra conotada (o seu valor simbólico, o que evoca além do que representa e depende do leitor). «O espectador da imagem recebe ao mesmo tempo a mensagem perceptiva e a mensagem cultural», afirmou Roland Barthes”
[2].
Martine Joly considera que “o termo imagem é tão utilizado, com todos os tipos de significados sem ligação aparente, que parece muito difícil apresentar uma definição simples e que abarque todas as maneiras de a empregar”
[3]. A autora reconhece que nós “compreendemos que ela [a imagem] designa algo que, embora não remetendo sempre para o visível, toma de empréstimo alguns traços ao visual e, em todo o caso, depende da produção de um sujeito: imaginária ou concreta, a imagem passa por alguém, que a produz ou a reconhece”.
A imagem “longe de ser um flagelo contemporâneo ameaçador, é um meio de expressão e de comunicação que nos liga às tradições mais antigas e mais ricas da nossa cultura”, explica Martine Joly. Para a autora, a sua leitura, mesmo a mais ingénua e quotidiana, mantém em nós uma memória que apenas exige ser um pouco estimulada para se tornar num utensílio mais de autonomia do que passividade”. Neste sentido, a compreensão de imagens necessita do recurso ao contexto da comunicação, à historicidade da sua interpretação e às especificidades culturais.
O cinema, como processo de sequencialização fotográfica, torna inteligíveis as palavras de Roland Barthes a propósito da fotografia. Barthes considera que o que faz da fotografia “uma imagem fundamentalmente diferente das outras imagens: é a dupla conjunção de realidade e de passado que ela propõe – aquilo que ela representa esteve ali. É aquilo a que Barthes chamou «isto foi». Será que: “Uma imagem vale mais do que mil palavras”? Arriscaria dizer que sim.
Independentemente de qualquer abordagem a nível de análise da imagem cinematográfica e da estruturação de uma imagem mental uniforme do meio radiofónico, o filme “A menina da rádio” é um excelente ponto de partida para a afirmação de um progressivo interesse pelos artistas, por parte do público, o que demonstra a instituição de valores culturais e de culto pelos personagens mediáticos da época. Para além disso, a vertente didáctica de construção da linguagem radiofónica e da estruturação programática dos novos conteúdos, próxima do grande público rádio-ouvinte e cinéfilo, cruza-se com a popularidade de locutores consagrados, equiparados a jornalistas, cantores, actores e colaboradores da rádio que, no seu tempo, souberam engrandecer a profissão que abraçaram. A todos eles se deve o sucesso do filme, a eles se deve a inspiração do meu trabalho.

[2] CASCAIS, Fernando - Dicionário de Jornalismo – as palavras dos media. [3] JOLY, Martine - Introdução à Análise de Imagem.

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